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sexta-feira, 9 de março de 2012

Reprovada a campanha "Vamos Tirar o Planeta do Sufoco"

Cartaz da campanha "Vamos tirar o Planeta do Sufoco"

O Conar, o Conselho de Autorregulamentação Publicitária, suspendeu por decisão unânime a campanha publicitária "Vamos Tirar o Planeta do Sufoco", da Apas, a Associação Paulista de Supermercados, que tem como objetivo banir o uso de sacolas plásticas descartáveis nas compras em supermercados.

A campanha vinha sendo veiculada em mídia impressa, TV, redes sociais e ações dentro dos supermercados

O processo, votado por seis integrantes da 1ª Câmara do Conselho de Ética do Conar, foi motivado por uma representação do Plastivida (Instituto Sócio Ambiental dos Plásticos), que se baseou no "Anexo U" do Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária, que trata de "Apelos de Sustentabilidade" na publicidade no Brasil, para questionar a veracidade da campanha.

De acordo Miguel Bahiense, presidente da Plastivida, “a campanha não se mostrou verídica, não apresentou informações com exatidão e clareza, não apresentou fontes científicas para comprovar suas posições, ou seja, deixou a concretude, exigida no código, de lado".

"É louvável que a Apas tenha tomado a iniciativa, mas o Idec entende que não ocorreu o devido processo de conscientização e informação necessário para que o consumidor cumpra sua parte", opina Lisa Gunn, coordenadora executiva do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).

Segundo ela, a ideia de responsabilidade compartilhada - que norteia a Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS) - inclui a construção de soluções de forma também compartilhada, o que não ocorreu, pois o consumidor não foi incluído no processo.

"O consumidor está cheio de dúvidas. Desde as mais simples, como se deve ou não embalar detergente junto com comida, até questionamentos sobre o valor das sacolas biodegradáveis, que serão fornecidas a R$ 0,19. De onde vem esse valor? Quanto custava a outra sacola, cujo valor estava embutido nos produtos? Esse valor de R$ 0,19 vai subsidiar a compra das sacolas reutilizáveis? Nada disso foi explicado", afirma ela.


Outro pronto questionado pela Plastivida se refere ao fato de que, "em momento algum da campanha, a APAS informou ao cidadão que o custo das sacolas já é embutido no preço dos produtos e que, apesar de deixar de distribuí-las, estas continuam a ser cobradas indiretamente, caracterizando claro prejuízo econômico ao consumidor, sem qualquer vantagem ambiental".

Procurada por EXAME.com, a Apas declarou, por meio de sua área jurídica, que aguarda um comunicado formal do Conar para conhecer na íntegra as razões que o levaram a decidir pela suspensão da campanha.

A entidade só se pronunciará sobre a decisão e as medidas a serem todas a partir dela após essa notificação.

Fonte: Exame